Foto: Correio.
A conversa com Paulo Leandro, Secretário de Redação do jornal Correio, rendeu uma interessante discussão sobre o perfil do profissional da área de Jornalismo encontrado no mercado hoje e o que as empresas de comunicação esperam desse profissional, além das diferenças entre os desafios da profissão ensinados na teoria e como eles se apresentam na prática das redações.
Paulo afirmou que o jornalista é um profissional que definitivamente não tem férias. O profissional do Correio nos passa sua própria experiência: "Às vezes eu estou no interior fazendo trilha e tem uma queimada e de repente isso torna-se notícia. Então nossa profissão está muito ligada a nossa vida, não é como o trabalho de um bancário, uma atividade burocrática, por exemplo. Você pode até estar de folga, mas sua cabeça continua pensando nas situações ao redor que podem virar matéria. É preciso até ter um controle para tentar disciplinar seu dia-a-dia porque chega a um ponto que começa a incomodar."
Leandro acredita que a função do jornalista na sociedade é a de prestar um serviço: "Nós somos empregados da iniciativa privada, mas também prestamos um serviço público. Temos a satisfação em denunciar alguém que está fazendo mal uso do dinheiro público, por exemplo, ou mesmo uma matéria que traga oferta de empregos.".
O jornalista também mostrou-se preocupado com os profissionais que estão no mercado, utilizando como argumento desses pontos negativos a formação desses jornalistas: "Algo que me preocupa na formação acadêmica é essa preocupação exagerada com as técnicas, principalmente na área do vídeo. É bom, mas se não tiver o ideal e o sonho, as habilidades subjetivas, o conteúdo, não acredito que o trabalho faça sentido."
Assim, a questão da necessidade ou não de diploma para tornar-se jornalista foi relativizada pelo Secretário de Redação do Correio: "Tinha uma visão muito estreita com relação a isso. O mundo tem me mostrado que não só jornalistas diplomados são capazes de produzir conteúdo. Tanto que existem jornais que interagem de forma muito intensa com seu público. A academia continua sendo valorizada pois ali você ganha condições para pensar o jornal, te dá instrumentos para você ter um melhor rendimento no ambiente de trabalho. Mas formação acadêmica não dá necessariamente credibilidade ao jornalista pois a passagem pela Universidade não garante isso, tudo depende de como o curso de Jornalismo está sendo oferecido. Nesse sentido, disciplinas como Ética, por exemplo, tornam-se mais urgentes do que disciplinas técnicas.".
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário